Sobre a formação litúrgica dos fiéis (3)


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Continuo a elencar algumas questões, que considero importantes, relativas à participação dos fiéis nas celebrações da Eucaristia, e reveladoras da respetiva formação/educação litúrgica. Com a ajuda de Deus, terminarei hoje.

Durante a consagração, ajoelho-me (sendo possível) e mantenho-me em respeitoso silêncio, perante o Mistério que está a acontecer diante de todos nós? Ou distraio-me com facilidade e até contribuo para a distração de outros?

No decorrer da Eucaristia, tenho consciência de que há orações específicas que apenas devem ser ditas pelo presidente da celebração, às quais os fiéis presentes respondem com “Ámen” ou outras palavras ou expressões por todos conhecidas (pelo menos deveriam ser!)? 

Estou consciente de que as palavras que Jesus disse na Última Ceia, e que são repetidas em todas as Eucaristias, durante a Consagração, apenas devem ser ditas pelo presidente da celebração? 

E que o mesmo deve acontecer na conclusão da oração eucarística (doxologia final) - ”Por Cristo, com Cristo, em Cristo,…” -, oração que exprime a glorificação de Deus e é ratificada e concluída pela aclamação do povo com o Ámen. (IGMR, no 80).

Lembro-me, sempre, que na Missa, no final da oração do Pai-Nosso não devo dizer “Amén”, porque o presidente da celebração continua a oração sozinho, dizendo “Livrai-nos, Senhor de todo o mal…”. 

Ou seja, o sacerdote como que desenvolve o último pedido que fazemos no Pai-Nosso “livrai-nos do mal”. 

E quando ele termina, junto-me aos restantes fiéis, respondendo de forma clara e convincente: “Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre”?

 

No momento adequando, e apenas se e quando o presidente ou o diácono diz “Saudai-vos na paz de Cristo”, “dou” a paz apenas às pessoas que estão ao meu lado, ou “cumprimento” todas as pessoas que estão ao meu lado, atrás, à frente, e ainda… 

Depois que o presidente diz “Eis o Cordeiro de Deus…” e os fiéis respondem “Senhor, eu não sou digno…”, permaneço de pé, quer vá ou não comungar, ou sento-me de imediato e começo a conversar com quem está ao meu lado?

Se a minha alma está em condições de ir comungar o Corpo do Senhor, integro-me na procissão (sim, é uma procissão!) e caminho calmamente, meditando sobre o que vou fazer, sem atropelar ninguém, antes cedendo a passagem sempre que necessário? Ou vou distraído, conversando e cumprimentando quem encontro no percurso? 

Se quero fazer uma reverência a Jesus presente nas hóstias que o ministro distribui aos fiéis, faço-o antes de comungar, de forma singela e sem atrapalhar nada nem ninguém, ou não? 

Se comungo na mão, faço-o em frente ao ministro ou comungo a caminhar, de volta ao lugar (ou, em direção à porta da rua!), sem ter o cuidado de não deixar cair partícula alguma ao chão? E por aqui me fico.

Por aquilo que se vai vendo em algumas celebrações, penso que é mesmo necessária uma formação/educação litúrgica contínua, particularmente dos que exercem ministérios ou serviços eclesiais: Ministros Extraordinários da Comunhão, Acólitos, Leitores, Salmistas, Catequistas, Zeladores, os que fazem o acolhimento…

E porquê? Por tudo o que já foi dito e para que não volte a acontecer que o altar de uma igreja, apesar de protegido, possa continuar a servir para que alguma zeladora “passe a ferro”, as toalhas, os manustérgios, os sanguíneos…

Fiquem bem, e com a graça de Deus!

José Pinto

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