«O Verbo era a luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9)
Este dia que o Senhor fez
(Sl 117,24) penetra em todas as coisas e tudo contém, abarcando o Céu, a Terra
e os infernos! A luz que é Cristo não é detida por muros, nem anulada pelos
elementos, nem ofuscada pelas trevas. A luz de Cristo é um dia sem noite, um
dia sem ocaso, que resplandece em toda a parte, que em toda a parte irradia e
permanece. Cristo é o dia, afirma o apóstolo Paulo: «A noite vai avançada e
aproxima-se o dia» (Rom 13,12). A noite vai avançada, afirma ele, e precede o
dia. Significa isto que, quando aparece a luz de Cristo, as trevas do demónio
se dispersam e a noite do pecado se detém: o esplendor eterno expulsa as
sombras do passado e detém o progresso dissimulado do mal.
A Escritura atesta que o dia
de Cristo ilumina o Céu, a Terra e os infernos. Este dia brilha na Terra: «Ele
era a luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9);
resplandece nos infernos: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» Is
9,1); e, no Céu, o dia permanece, como afirma David: «A sua descendência
permanecerá para sempre e o seu trono será como o Sol na minha presença» (Sl
89,37)
São Máximo de Turim (?-c.
420), bispo | CC Sermão 53, sobre o salmo 117; PL 57, 361
Sobre São Máximo, bispo de Turim
“São Máximo, bispo de Turim,
que nasceu mais ou menos na metade do século IV no Piemonte e morreu entre 408
e 423, é considerado o fundador da diocese de Turim, erigida pela iniciativa de
santo Ambrósio e de santo Eusébio de Vercelas, de quem o próprio são Máximo se
declarava discípulo. Do seu grande empenho apostólico dão testemunho os
numerosos Sermões e Homilias, escritos com estilo claro e persuasivo, nos quais
percebe-se caráter manso e benévolo, que sabe todavia reprovar e advertir com
firmeza e às vezes com sutil ironia. Ele exorta seus fiéis, amedrontados pela
aproximação do exército dos bárbaros, a empunhar as armas do “jejum, da oração
e da misericórdia” e aos medrosos que se apressavam a fugir da cidade diz: “É
injusto e ímpio o filho que abandona a mãe no perigo. A pátria é sempre doce
mãe”. Quando tratava dos temas de catequese dogmática, sua palavra iluminadora hauria
plenamente das páginas da Sagrada Escritura, que interpretava com perfeita
ortodoxia.” Continuar a ler na fonte