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O Mistério da Igreja

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O Concílio Vaticano II , no dizer de espíritos mais conservadores e com alguma razão, alterou profundamente e revolucionou a Igreja … A Igreja era vista como “uma sociedade governada pelo Papa”… Alguns cardeais (o belga Suenens e os franceses Lienart e Marty ), porém, fizeram escutar uma outra conceção que viria a prevalecer: a Igreja é em primeiro lugar um mistério. O título da Constituição sobre a Igreja é Lumen Gentium = Luz dos Povos . A Luz dos Povos é Cristo e a Igreja é “ o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano ”. Ao longo dos séculos insistiu-se na sua organização hierárquica. O Concílio juntou outros aspetos: Mistério , Povo de Deus e Hierarquia , aspetos inseparáveis, não acessórios, da mesma realidade humana e divina, (cf. LG8). O elemento visível não pode viver em contradição com o que anuncia e de que é sinal. ***** Diz a Sagrada Escritura : « Todos nós, embora sejamos muitos, forma

Consequências sociais do Evangelho

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O Evangelho não apoia qualquer partido político mas te, sim, uma visão cristã dos problemas sociais e para ela chama a atenção dos crentes.  Solidários de todos os homens e mulheres.  Evocamos o debate político que se instaurou no nosso país a braços com a crise económica e, agora, assim parece, também política. No passado, sacralizamos a política e… hoje, desvalorizamo-la.  É agradável vivermos na abundância… mas que ela seja fruto do nosso trabalho.  Sem isso… não há casa que resista.  É evidente!  A maneira de o conseguir… compete aos políticos. No Concílio Vaticano II (G.S. 75) lemos: “ A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo ”.  Rejeita que se conceda “ à autoridade política um poder excessivo ” (id.) como rejeita que ela “ assuma formas totalitárias ou ditatoriais que lesam os direitos das pessoas ” (id.). Como cristão não posso fazer o que quero. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Lembrai-vos do q

Reforma do Ano Litúrgico

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A reforma litúrgica operada pelo Concílio Vaticano II restaurou o Ano Litúrgico .  Muitos não a compreenderam: “ Tiraram-nos a festa daquele santo… Mudaram tudo …”.  O Concílio nada suprimiu. Pôs em ordem as celebrações do longo do ano, segundo a ordem de valor. O domingo como “ o principal dia de festa a propor e inculcar no espírito dos fiéis… não dever ser sacrificado a outras celebrações que não sejam da máxima importância, porque o domingo é o fundamento e o centro de todo o ano litúrgico ” (SC 106). As festas do santos “ muitas delas ficarão a ser celebradas só por uma igreja particular ou nação ou família religiosa, estendendo-se a toda a Igreja as que festejam santos de inegável importância universal ” (SC 111). Assim, na Eucaristia dominical , às 52 leituras de epístolas e 52 de evangelhos, alguns prefácios, uma oração eucarística, juntaram-se mais 26 leituras bíblicas, muitos prefácios e 12 orações eucarísticas (as que vêm no Missal). ***** Diz a Sagrada Escritur

Aumentar a nossa fé na Igreja

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"Hoje, gostaria de encetar algumas catequeses sobre o mistério da Igreja, mistério que todos nós vivemos e do qual fazemos parte. Gostaria de o fazer com expressões bem presentes nos textos do Concílio Ecuménico Vaticano II .  Hoje, a primeira: a Igreja como família de Deus. A própria palavra «Igreja», do grego « ekklesia », significa « convocação »: Deus convoca-nos, impele-nos a sair do individualismo, da tendência de nos fecharmos em nós mesmos, e chama-nos a fazer parte da sua família. […] Ainda hoje alguns dizem: « Cristo sim, a Igreja não ». Como aqueles que dizem: « Creio em Deus, mas não nos sacerdotes ». Mas é precisamente a Igreja que nos traz Cristo e que nos leva a Deus; a Igreja é a grande família dos filhos de Deus.  Sem dúvida, ela também tem aspetos humanos; naqueles que a compõem, pastores e fiéis, existem defeitos, imperfeições e pecados; até o Papa os tem, e tem tantos! Mas é bom saber que, quando nos damos conta de que somos pecadores, encontramos a miser

Divina Misericórdia

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João Paulo II deu ao segundo domingo de Páscoa o título “ Domingo da Divina Misericórdia ”.  Os textos da Santa Missa e do Ofício divino continuam a ser os mesmos de antes, mas a devoção centrada neste atributo de Deus ganhou importância devido aos escritos de Santa Faustina , religiosa que viveu em Cracóvia, diocese da Polónia de que João Paulo II foi Pastor. O Concílio Vaticano II recomenda que as devoções populares se harmonizem com a Liturgia e só teriam preferência sobre o domingo se forem de “máxima importância” (SC. 13 e 106). A devoção à misericórdia divina é uma expressão do nosso reconhecimento pelo que o Senhor instituiu na tarde de Páscoa : “ A quem perdoardes os pecados serão perdoados ”. A Irmã pediu que, nesse dia, se festejasse a misericórdia divina , petição corroborada por todos os bispos do País.  O Papa, em 1995, concedeu-o à Polónia e, em 2000, à Igreja inteira. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Não tema. Eu sou o Primeiro e o Último, que vive. Est

«Quem não é contra vós é por vós»

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“Naquele tempo, houve uma discussão entre os discípulos sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, que lhes conhecia os sentimentos íntimos, tomou uma criança, colocou-a junto de Si  e disse-lhes: « Quem acolher em meu nome uma criança como esta acolhe-Me a Mim; e quem Me acolher acolhe Aquele que Me enviou. Na verdade, quem for o mais pequeno entre vós esse é que será o maior ». João tomou a palavra e disse: « Mestre, vimos um homem expulsar os demónios em teu nome e quisemos impedi-lo, porque ele não anda connosco ». Mas Jesus respondeu-lhe: « Não lho proibais, pois quem não é contra vós é por vós ».” (Lc 9,46-50) ***** «Quem não é contra vós é por vós» “Em virtude da sua missão de iluminar o mundo inteiro com a mensagem de Cristo e de reunir sob um só Espírito todos os homens, de qualquer nação, raça ou cultura, a Igreja constitui um sinal daquela fraternidade que torna possível e fortalece o diálogo sincero. Isto exige, em primeiro lugar, que, reconhecendo toda a le

“Deus falou-nos por meio do Filho”

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« Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos [...]. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho » (Heb 1,1-2) Deus, que pelo seu Verbo cria e conserva todas as coisas, apresenta aos homens, através do mundo criado, um incessante testemunho de Si mesmo (Rom 1,20); querendo abrir o caminho da salvação eterna, manifestou-Se logo no princípio aos nossos primeiros pais.  [...] Sem descanso, mostrou a sua solicitude para com todo o género humano, a fim de dar a vida eterna a todos aqueles que buscam a salvação perseverando no bem.  No momento marcado, chamou Abraão para fazer dele o pai de um grande povo; depois dos patriarcas, foi por Moisés e pelos profetas que formou esse povo, para que O reconhecessem como o único Deus vivo e verdadeiro, como Pai previdente e juiz justo, e para que esperassem o Salvador prometido.  Foi assim que, ao longo dos séculos, Ele preparou o caminho ao Evangelho. « Muitas vezes e de muitos modos, f

«Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa [...] no reino dos Céus»

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«Imagem de Deus invisível» (Col 1,15), Cristo é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão a semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Pois que a natureza humana foi n'Ele assumida, e não destruída, também em nós foi ela elevada a sublime dignidade. Porque, pela sua encarnação, o Filho de Deus uniu-Se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado (Heb 4,15). [...] O cristão, tornado conforme à imagem do Filho, que é o primogénito entre a multidão dos irmãos (Rom 8,29), recebe «as primícias do Espírito» (Rom 8,23), que o tornam capaz de cumprir a lei nova do amor. Por meio deste Espírito, «penhor da herança» (Ef 1,14), o homem todo é renovado interiormente, até à «redenção do corpo» (Rom 8,23). [...] É verdade que, para o cristão, é uma necessidade e

«Fazei-as render» - Parábola dos talentos

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O suor e a fadiga, que o trabalho comporta necessariamente na presente condição da humanidade, proporcionam aos cristãos e a todo o homem, dado que todos são chamados a seguir a Cristo, a possibilidade de participar no amor à obra que o mesmo Cristo veio realizar. Esta obra de salvação foi realizada por meio do sofrimento e da morte de cruz. Suportando o que há de penoso no trabalho em união com Cristo crucificado por nós, o homem colabora, de algum modo, com o Filho de Deus na redenção da humanidade. Mostrar-se-á como verdadeiro discípulo de Jesus, levando também ele a cruz de cada dia nas atividades que é chamado a realizar. Cristo, « suportando a morte por todos nós, pecadores, ensina-nos com o seu exemplo ser necessário que também nós levemos a cruz que a carne e o mundo fazem pesar sobre os ombros daqueles que buscam a paz e a justiça »; ao mesmo tempo, porém, « constituído Senhor pela sua ressurreição, Ele, Cristo, a quem foi dado todo o poder no Céu e na Terra, opera já

Um único altar com duas mesas

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O Concílio Vaticano II levou-nos a redescobrir que a Igreja sempre venerou e apreciou a Sagrada Escritura (cfr. DV , 21), e que, na Santa Missa, Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística são de igual importância para a nossa vida cristã. Não basta escutar a Palavra nem viver só de pão, mesmo que este seja a Eucaristia. A Palavra, para ser posta em prática, precisa do Pão que dá força para A levarmos ao concreto da vida. O Verbo é a Palavra que Se fez Carne e Pão da Vida (Jo 6, 48) e nós alimentamo-nos das duas: da Bíblia e da Eucaristia (cfr PO , 18). Daí as duas mesas que, na Eucaristia, se prolongam uma à outra, num único e mesmo altar. Não estão separadas, são lugar privilegiado de encontro com o Senhor que nos fala no ambão, através dos textos proclamados, e a assembleia Lhe fala na outra mesa eucarística através da “ Oração Eucarística ”. ***** Diz a Sagrada Escritura : « Todos os crentes participavam assiduamente na pregação dos Apóstolos, na celebraçã

A Revelação de Deus

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Lendo a Palavra de Deus na Bíblia, rezando-a a interpretando-a em Igreja, entramos na Revelação . Hoje, para nós, esta concepção é natural mas antes do Concílio não era assim tão clara.  Os Protestantes proclamavam e proclamam ainda que “ Só a Escritura ”, isto é, só na Escritura ou Bíblia, e em mais lugar algum, temos acesso à Palavra de Deus.  A Igreja endureceu também a sua posição apontado para duas fontes – A Sagrada Escritura e a Tradição . O Vaticano II apresenta a Escritura como única fonte da Revelação mas dá lugar à Tradição da Igreja . A Palavra de Deus antes de ser escrita foi pregada, vivida pelas comunidades crentes.  A Bíblia não é um texto desligado da vida dos crentes: torna-se Palavra de Deus quando é proclamada, meditada e vivida em Igreja. ***** Diz a Sagrada Escritura « Pai, manifestei o Teu Nome aos homens… Transmiti-lhes as palavras que Tu Me deste, e eles aceitaram-nas; reconheceram que saí de Ti e creram que Tu Me enviaste.» (Jo. 17, 6-8) ****

Este é o Ano da Fé

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O bispo de Gren Bay (Estados Unidos da América) apresenta dez ideias para viver o Ano da Fé. São sugestões vivas e empenhativas. Algumas delas já são deveres dos católicos. 1.- Ir à Missa O Ano da Fé pretende promover o encontro com Jesus. Isto acontece mais imediatamente na Eucaristia. Cuide-se da beleza desta celebração. 2.- Confessar-se Os católicos encontram força e aprofundam a sua fé pela participação neste sacramento de cura. Perdoadas as faltas, ganham novas forças. 3.- Conhecer a vida dos santos Os santos são exemplo de como se vive a fé. São estímulos para também nós aceitarmos o desafio da santidade. 4.- Ler a Bíblia diariamente Ler e meditar na Palavra de Deus, perceber que é a Boa Nova. Basta ler uma frase e meditar nela ao longo do dia. 5.- Ler os documentos do Vaticano II Este Concílio (1962-1965) marcou o início de uma grande renovação da Igreja. Há ainda caminhos novos a andar. 6.- Estudar o catecismo É um recurso para crescer na compreensão da fé.

A Fé é um acto livre

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A Declaração “ A Dignidade da Pessoa ” sobre a liberdade religiosa, aprovada pela Concílio, é uma dos grandes documentos do Vaticano II . Nele, a Igreja católica reconhece a todos o direito fundamental à liberdade religiosa. Ao fazer esta afirmação, a Igreja não relativiza a mensagem nem foge ao cumprimento do dever pois, no preâmbulo daquele documento lemos: “ a única religião verdadeira encontra-se na Igreja católica e apostólica, à qual o Senhor Jesus confiou o encargo de levar a mensagem a todos os homens ”. Ninguém neste campo, “ pode ser forçado a agir contra a sua consciência ”. Todos “ devem procurar a verdade ” e a ela aderir mas “ não se pode negar ao homem o livre exercício da religião na sociedade, uma vez salvaguardada a justa ordem pública ”. Ao poder civil compete “ reconhecer e favorecer a vida religiosa dos cidadãos ” e protegê-los contra os abusos. A intolerância, venha de quem vier, está em contradição clara com o Evangelho. ***** Diz a Sagrada Escritura: «

Que todos sejam um!

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A partir do Concílio Vaticano II a Igreja Católica tem-se esforçado seriamente pela promoção da união quer junto dos Ortodoxos, quer dos Protestantes. O texto adotado no Vaticano II encoraja os católicos a rezarem com os outros cristãos e a “ tomar posição comum ” acerca dos problemas que afetam o mundo de hoje nos campos da justiça, fome, vida... A Igreja Católica procura igualmente o diálogo teológico sério, o que supõe “ um conhecimento mais verdadeiro ao mesmo tempo que uma estima mais justa ” da doutrina e da vida dos irmãos separados. E tem havido progressos e até acordos parciais. Na sua procura de unidade, também a Igreja Católica se declara insatisfeita consigo mesma. Ela é santa mas feita de pecadores e reconhece que necessita de se renovar constantemente nos campos bíblico, teológico, litúrgico, catequético… Procura converter-se, pediu perdão das suas faltas contra a unidade… sem procurar saber quem tinha razão ou culpa. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Pai Sant

Para a unidade das Igrejas

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Promover a unidade cristã era o grande objectivo de João XXIII ao convocar o Concílio [ Concílio Vaticano II ]. No passado, segura de ser a única detentora da verdade, a Igreja Católica esperava pelo regresso dos outros cristãos – ortodoxos e protestantes – reconhecendo os seus erros. Mas os padres conciliares viram em todo o cristão “ um irmão no Senhor ”, souberam reconhecer as riquezas dos outros. “ O património religioso, original e comum a todos para além das divergências doutrinais ”. De facto, lembra o Concílio, a unidade foi dom de Deus aos cristãos – crermos num só Senhor. Compete-nos, pois, traduzir em atos este dom que ainda não é mais que “ unidade mística dos Corpo de Cristo ”. Por isso, os católicos somos exortados a darmos o primeiro passo e a tomar parte ativa na procura da unidade. Para a construir é indispensável “ eliminar as palavras, os juízos e factos que não correspondem à verdade e à situação dos irmãos separados ”. ***** Diz a Sagrada Escritura: «