Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Concílio Vaticano II

Povo Sacerdotal

Imagem
Antes do Concílio Vaticano II , a imagem que a Igreja dava de si mesma era a de uma pirâmide: no cimo o Papa, na base, os cristãos e, entre os dois, os bispos, padres e religiosos/as. Esta visão puramente hierárquica, herdada das religiões pagãs, o Concílio a substituiu pela bíblica – “Povo de Deus”: Deus revela-se a seu Povo com quem faz alianças. Um povo que não é formado por uma hierarquia poderosa e por membros passivos mas por todos os baptizados, ungidos na mesma comunhão fraterna e todos igualmente responsáveis pelo anúncio do Evangelho. Os membros não exercem as mesmas funções mas, em dignidade, são todos iguais e «todos participam no “ único sacerdócio de Cristo ”». Somos, por isso, um Povo sacerdotal. Na Eucaristia , por exemplo, não é o presidente o único celebrante. A assembleia dos baptizados, a que ele preside também celebra, de acordo com as suas funções. ***** Diz a Sagrada Escritura: «Então, abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma

Ideias fundamentais

Imagem
Na Constituição sobre a Liturgia do Concílio Vaticano II podemos destacar três ideias fundamentais a ter sempre em conta. A primeira é a participação plena, consciente e ativa dos fiéis nos atos litúrgicos. A participação é o termómetro que mede a vitalidade da celebração. Ninguém pode limitar-se a assistir como espectador mudo ou estranho. A segunda palavra emblemática da Constituição é a relação da Liturgia com a vida da comunidade cristã. Ela é “ simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte donde dimana toda a sua força ” (SC 10). É na Liturgia, «especialmente no sacrifício eucarístico que se “ opera o fruto da nossa redenção ”» (SC 2). Não há vida cristã sem liturgia. A outra é sobre a Palavra de Deus: “ Prepare-se para os fiéis, com maior abundância, a mesa da Palavra de Deus: abram-se mais largamente os tesouros da Bíblia ” (SC 31). ***** Diz a Sagrada Escritura : « Procurai, cada vez com mais empenho, permanecer fiéis à escolha e ao c

Somos todos celebrantes

Imagem
Até ao Concílio Vaticano II o celebrante de qualquer ação litúrgica era o padre. O Povo de Deus assistia, não tinha qualquer intervenção para além da dos ajudantes ou acólitos. O padre lia os textos, tudo fazia… a missa era dele. Esquecia a graça e o direito dos legos batizados. A Constituição sobre a Liturgia veio lembrar que todo o batizado deve tomar parte ativa na assembleia cristã: “ É desejo ardente na mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas ” (nº14). Este desejo já havia sido manifestado pelo Papa S. Pio X nos princípios do século passado mas ficou em letra morta. A partir do Vaticano II, o Povo de Deus, tomando consciência dos seus deveres e direitos, começou a participar. Progrediu-se muito. Mas quantos, habituados apenas a estar presentes, não continuam a assistir passivamente aos atos litúrgicos? ***** Diz a Sagrada Escritura : « Cristo é a Cabeça do Corpo que é formado pela sua Igreja ». (C

Concílio e Liturgia

Imagem
A reforma litúrgica operada pelo Concílio Vaticano II é a maior de todas na história da Igreja. Descobri-la para melhor a vivermos… é o nosso dever. Não foi feita sobre os joelhos. O documento final – Sacrossanctum Concilium = Sagrado Concílio – foi aprovado a 4 de Dezembro de 1963 com 2.147 votos a favor e 4 contra, debatido em 15 assembleias plenárias, submetido, capítulo a capítulo, à análise, mereceu 328 intervenções orais e 350 escritas que provocaram centenas de correções. Foi o primeiro documento conciliar a ser aprovado e pretende levar a assembleia celebrante a glorificar o Senhor em espírito e verdade, a aproximar-se do mistério da entrega de Cristo ao Pai em nosso favor, a participar ativamente nas celebrações litúrgicas. Introduziu o uso das línguas vernáculas – o português, o altar virado para o povo… não por mera mudança mas para melhor recebermos a Palavra e o Pão da Vida. ***** Diz a Sagrada Escritura: « As obras que o Pai Me deu para realizar atestam que o

Sobre… O Concílio Vaticano II

Imagem
Concílio Vaticano II “O concílio Vaticano II formulou nos seus documentos um importante programa de renovação cristã, que nada tem a ver com os abusos cometidos em nome de um pretenso «espírito conciliar».  Hoje o mundo sofre de uma profunda crise de valores espirituais, para a qual contribuíram o afã de bem-estar da sociedade de consumo, a perda do sentido sobrenatural da vida e um reducionismo religioso que contempla o Cristianismo e a Igreja sob uma óptica primordialmente terrena.  A Igreja tem de ser agora a defensora de valores tão essenciais como o direito à vida, a dignidade do homem e a unidade da família.  Na nova humanidade de fins do século XX [início do século XXI], o Cristianismo aparece – do mesmo modo como nos eus começos – como a religião dos discípulos de Cristo que, com a ajuda da Graça. Procuram corresponder à sua vocação de cristãos. «Promover o incremento da fé católica e uma saudável renovação dos costumes do povo cristão, e adaptar a disciplina eclesiástica

A Igreja no mundo

Imagem
O Concílio Vaticano II procurou colocar a Igreja no seu tempo, no mundo.  O último grande Concílio – e que continuava a influenciar o mundo cristão – foi o de Trento , marcado pela polémica com o protestantismo e a divisão. Quando hoje abrimos os manuais de teologia anteriores ao Vaticano II, constatamos como nós, católicos, nos sentimos atacados pelos primeiros reformadores e pelo modernismo.  Os teólogos deviam estar preparados para defenderem vigorosamente a doutrina católica. Saímos dos Seminários preparados para, na polémica, “jogarmos à defesa”.  A revelação divina praticamente reduzia-se aos ensinamentos do Magistério que nos propunha a doutrina a saber e a procurar viver. Estas perspetivas foram abandonadas no último Concílio.  A Igreja tem de falar a linguagem do seu tempo e de cada povo. Tarefa permanente que nos obriga a olhar o mundo e a ser solidária da humanidade, nas suas alegrias e dificuldades. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Pela sua morte na Cruz, Cris

O que é um Concílio?

Imagem
Concílio Vaticano II Ao longo deste ano falaremos muitas vezes do Concílio Vaticano II . O que é um Concílio? É uma assembleia de bispos, regional ou universal (ecuménica), convocada pelo Santo Padre.  Vaticano II foi um concílio ecuménico pois nele participaram 2.688 bispos e superiores de ordens religiosas, com direito a intervir e de voto, de 93 nacionalidades e representando 135 países. De Leste estiveram apenas 32.  Juntemos mais os observadores convidados (leigos e não católicos) – 312 na 1ª sessão, número que aumentou nas outras sessões. Um concílio é modo normal de governo na Igreja, habitual nos primeiros séculos do cristianismo.  Não está acima do Papa, nem é inferior, embora as suas decisões necessitem da aprovação do Sumo Pontífice.  Exprimem a fé da Igreja e merecem a adesão de todos os católicos. João XXIII e Paulo VI , para melhor respeitar a liberdade dos padres conciliares, não assistiam aos seus trabalhos. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Chegados a

Há cinquenta anos

Imagem
No próximo dia 1 [Novembro] completam-se cinquenta anos sobre a abertura do Concílio Vaticano II . Uma simples frase do, agora, beato João XXIII , pronunciada a 25 de Janeiro de 1959, na presença de 18 cardeais, provocou o espanto e a satisfação geral do mundo inteiro: “ Decidi convocar um concílio ecuménico ”. Os católicos quase já não sabiam o que era: desde 1563 (Concílio de Trento), realizou-se p Vaticano I – o Concílio do primado papal, em 1870, e que, por falta de condições sociais estáveis, não chegou a celebrar a sua clausura. Por diversas vezes, João XXIII afirmou que a ideia lhe tinha vindo de repente, inspiração do Espírito Santo. - “ Porque um Concílio?” Sem dizer palavra, o Papa levanta-se, abre uma janela e aponta para o interlocutor espantado. O ar fresco vindo de fora por provocar correntes de ar, mas renova o ambiente. Eis o que o Concílio pretende – renovar a Igreja. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Chegados a Jerusalém, (Paulo e Barnabé) foram recebid

Novo Pentecostes

Imagem
Cinquenta anos depois do Concílio Vaticano II , qual a situação da Igreja ? Acusações como “ O Concílio mergulhou a Igreja numa crise sem igual, esvaziou os seminários e as igrejas, provocou o abandono de tantos padres, a falta de respeito pelo Santíssimo Sacramento …” são frequentes…  Como se o Vaticano II não fosse “ o acontecimento fundamental da vida da Igreja contemporânea ”, no dizer do Santo  João Paulo II e que o Beato João XXIII apresentou como um “ novo Pentecostes ”. Pentecostes é o momento em que os Apóstolos, barricados no Cenáculo, empurrados pelo Espírito Santo , destrancam as portas e se lançam pelo mundo a anunciar Jesus.  Esse dia marca o início de tantas perseguições e martírios… que só terminarão no fim dos tempos. Aqueles que têm medo de enfrentar o mundo, de apresentar Jesus na linguagem de hoje gostariam de regressar ao Cenáculo e trancar as portas. Medo ou fé? Temos de escolher. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Ensinai a todas as gentes tudo q