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O Mistério da Igreja

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O Concílio Vaticano II , no dizer de espíritos mais conservadores e com alguma razão, alterou profundamente e revolucionou a Igreja … A Igreja era vista como “uma sociedade governada pelo Papa”… Alguns cardeais (o belga Suenens e os franceses Lienart e Marty ), porém, fizeram escutar uma outra conceção que viria a prevalecer: a Igreja é em primeiro lugar um mistério. O título da Constituição sobre a Igreja é Lumen Gentium = Luz dos Povos . A Luz dos Povos é Cristo e a Igreja é “ o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano ”. Ao longo dos séculos insistiu-se na sua organização hierárquica. O Concílio juntou outros aspetos: Mistério , Povo de Deus e Hierarquia , aspetos inseparáveis, não acessórios, da mesma realidade humana e divina, (cf. LG8). O elemento visível não pode viver em contradição com o que anuncia e de que é sinal. ***** Diz a Sagrada Escritura : « Todos nós, embora sejamos muitos, forma

A Ascensão do Senhor

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A  Ascensão … é a festa do triunfo, da exaltação e glorificação de Jesus à direita do Pai, como rezamos no Credo : “ Subiu aos céus onde está sentado à direita de Deus Pai ”. É uma outra forma de exprimir o que o Apocalipse diz sobre o Cordeiro triunfante (cap. V e XIX). Nalguns países, como no nosso, deixou de se celebrar no quadragésimo dia da Páscoa sendo transferido para o domingo seguinte. Santo Agostinho recorda-nos que a Ascensão é uma das festas fixas do calendário litúrgico que, com a Páscoa e Pentecostes , se celebram em toda a terra. É o “coroamento” da salvação. No passado, chegou a marcar o fim do tempo pascal. Depois da proclamação do evangelho, apagava-se o Círio pascal , gesto que significa o fim da presença visível de Jesus entre nós. Desde há muito que esse simbolismo passou para a celebração do Pentecostes . ***** Diz a Sagrada Escritura : « Homens da Galileia, porque estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi arrebatado para o Cé

Recomeçar...

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Principiou um novo ano. No próximo triénio, o tema unificador das actividades pastorais na nossa Diocese é a Família e a Igreja , [que] desde algum tempo prepara um novo sínodo sobre o mesmo tema . Ela é a “célula base” da sociedade e “realidade teologal”, isto é, o amor recíproco que une os esposos, pais e filhos, é a imagem e sinal do amor de Deus pela humanidade, haja disso consciência ou não. A “família cristã” em muitos casos já não existe mas nem por isso deixa de ser lugar de evangelização . Continua a ser insubstituível no primeiro anúncio da fé aos mais pequenos. Depois… torna-se espaço de testemunho de familiar a familiar, de pais a filhos, de filhos a pais… pessoas que podem não partilhar as mesmas convicções religiosas ou até sejam indiferentes. Eis o desafio colocado hoje aos crentes: agir com esperança, audácia, respeito… não deixar que este assunto se torne tabu para os nossos. ***** Diz a Sagrada Escritura : « Sede alegres na esperança, pa

Dia de Reis

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Dia de Reis é o nome que o nosso povo dá à festa litúrgica da Epifania , isto é, da Manifestação do Senhor . Vale a pena ler o princípio do capítulo II do evangelho de S. Mateus e o capítulo 60 de Isaías e confrontarmos os textos com o que hoje a piedade popular vive. Esta festa pretende dizer que Jesus é a luz que ilumina todos os povos e a todos quer salvar sem excepção. A tradição compreendeu-o bem: imaginou personagens de cores diferentes (o evangelho não o refere) que indica a diversidade e pluralidade dos povos chamados a seguirem a estrela luminosa que é Jesus. A três presentes – ouro, incenso e mirra – corresponde três pessoas que os levam e cujos nomes inventaram. O evangelho não diz serem reis, chama-lhes magos, isto é sábios, certamente estudiosos das estrelas. A tradição faz eco do capítulo 60 de Isaías, porque não abrir a Bíblia para o ler? ***** Diz a Sagrada Escritura: « Onde está o Rei dos judeus que acaba de nascer? – Nós vimos a sua estrela no oriente e

Santo Natal

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Mais uma vez celebramos o Natal do Senhor. O sentimento dominante na nossa sociedade parece-me ser o de um invencível cansaço. Nenhuma mudança ou inovação se anuncia no horizonte: os fortes continuam a oprimir os fracos que aspiram a ser fortes para, por sua vez, os oprimirem também; os ódios, intolerâncias, egoísmos, guerras… continuam a imperar. Apetece perguntar ao Menino do presépio: “ És Tu Aquele que vem ou devemos esperar outro ”? Nós, cristãos, mostramo-nos vezes de mais como pessoas que recordam: há 2000 anos… na mais extrema pobreza… numa gruta de animais em Belém nasceu o Salvador do mundo. Mas mais importante que recordar, é que Jesus seja hoje salvação e libertação de tudo o que escraviza, vitória sobre todas as formas de opressão. Santo Natal!... “ Eis que nos anuncio uma grande alegria, e esta grande alegria é para todo o povo ” (Lc 2, 10). ***** Diz a Sagrada Escritura: « De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti sairá aquele que há-d

Ideias fundamentais

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Na Constituição sobre a Liturgia do Concílio Vaticano II podemos destacar três ideias fundamentais a ter sempre em conta. A primeira é a participação plena, consciente e ativa dos fiéis nos atos litúrgicos. A participação é o termómetro que mede a vitalidade da celebração. Ninguém pode limitar-se a assistir como espectador mudo ou estranho. A segunda palavra emblemática da Constituição é a relação da Liturgia com a vida da comunidade cristã. Ela é “ simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte donde dimana toda a sua força ” (SC 10). É na Liturgia, «especialmente no sacrifício eucarístico que se “ opera o fruto da nossa redenção ”» (SC 2). Não há vida cristã sem liturgia. A outra é sobre a Palavra de Deus: “ Prepare-se para os fiéis, com maior abundância, a mesa da Palavra de Deus: abram-se mais largamente os tesouros da Bíblia ” (SC 31). ***** Diz a Sagrada Escritura : « Procurai, cada vez com mais empenho, permanecer fiéis à escolha e ao c

Concílio e Liturgia

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A reforma litúrgica operada pelo Concílio Vaticano II é a maior de todas na história da Igreja. Descobri-la para melhor a vivermos… é o nosso dever. Não foi feita sobre os joelhos. O documento final – Sacrossanctum Concilium = Sagrado Concílio – foi aprovado a 4 de Dezembro de 1963 com 2.147 votos a favor e 4 contra, debatido em 15 assembleias plenárias, submetido, capítulo a capítulo, à análise, mereceu 328 intervenções orais e 350 escritas que provocaram centenas de correções. Foi o primeiro documento conciliar a ser aprovado e pretende levar a assembleia celebrante a glorificar o Senhor em espírito e verdade, a aproximar-se do mistério da entrega de Cristo ao Pai em nosso favor, a participar ativamente nas celebrações litúrgicas. Introduziu o uso das línguas vernáculas – o português, o altar virado para o povo… não por mera mudança mas para melhor recebermos a Palavra e o Pão da Vida. ***** Diz a Sagrada Escritura: « As obras que o Pai Me deu para realizar atestam que o

O ato de fé

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A fé é um dom de Deus não para um grupo de privilegiados mas para toda a gente, independentemente dos méritos de cada um. Não se inventa, como não inventamos um deus a nosso gosto e medida, seria desonesto. Simultaneamente a fé é ato da nossa vontade, exige decisão, interpela a nossa liberdade e responsabilidade de que não prescinde. Deus dá-a, nós aceitamo-la ou não. Ninguém pode dizer “eu creio” por mim, neste campo não há procurações. O “eu creio” é constitutivo da fé em cada um. Nem se refere tanto a uma doutrina, mas refere-se à Pessoa de Jesus Cristo em Quem decidimos colocar a nossa esperança. Por outro lado, a fé exprime-se na ação, nas atitudes, implica-nos inteiramente na resposta a dar. Neste Ano da Fé somos convidados a revitalizar a nossa fé, isto é, a pô-la no centro – como o mais importante – na nossa vida de cristãos. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Esforçai-vos por juntar à vossa fé uma vida virtuosa ”. (II Ped. 1, 5) ***** Mais do que os indiferent

A Igreja no mundo

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O Concílio Vaticano II procurou colocar a Igreja no seu tempo, no mundo.  O último grande Concílio – e que continuava a influenciar o mundo cristão – foi o de Trento , marcado pela polémica com o protestantismo e a divisão. Quando hoje abrimos os manuais de teologia anteriores ao Vaticano II, constatamos como nós, católicos, nos sentimos atacados pelos primeiros reformadores e pelo modernismo.  Os teólogos deviam estar preparados para defenderem vigorosamente a doutrina católica. Saímos dos Seminários preparados para, na polémica, “jogarmos à defesa”.  A revelação divina praticamente reduzia-se aos ensinamentos do Magistério que nos propunha a doutrina a saber e a procurar viver. Estas perspetivas foram abandonadas no último Concílio.  A Igreja tem de falar a linguagem do seu tempo e de cada povo. Tarefa permanente que nos obriga a olhar o mundo e a ser solidária da humanidade, nas suas alegrias e dificuldades. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Pela sua morte na Cruz, Cris

Novo Pentecostes

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Cinquenta anos depois do Concílio Vaticano II , qual a situação da Igreja ? Acusações como “ O Concílio mergulhou a Igreja numa crise sem igual, esvaziou os seminários e as igrejas, provocou o abandono de tantos padres, a falta de respeito pelo Santíssimo Sacramento …” são frequentes…  Como se o Vaticano II não fosse “ o acontecimento fundamental da vida da Igreja contemporânea ”, no dizer do Santo  João Paulo II e que o Beato João XXIII apresentou como um “ novo Pentecostes ”. Pentecostes é o momento em que os Apóstolos, barricados no Cenáculo, empurrados pelo Espírito Santo , destrancam as portas e se lançam pelo mundo a anunciar Jesus.  Esse dia marca o início de tantas perseguições e martírios… que só terminarão no fim dos tempos. Aqueles que têm medo de enfrentar o mundo, de apresentar Jesus na linguagem de hoje gostariam de regressar ao Cenáculo e trancar as portas. Medo ou fé? Temos de escolher. ***** Diz a Sagrada Escritura: « Ensinai a todas as gentes tudo q

Ano da Fé

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Será uma ocasião propícia para anúncio da mensagem da Fé, hoje, com redobrado zelo e alegria. Anunciado pelo Papa Bento XVI a 11 de Outubro do ano passado, será aberto solenemente no próximo dia 11 de Outubro, para comemorar os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II e os 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica. Principiará também um novo Sínodo sobre a Nova Evangelização. Ao longo deste ano – até à Festa de Cristo Rei de 2013 – está definido o grande programa pastoral da Igreja e, por isso mesmo, também do nosso Boletim: em intervenções simples e pequenas, levar aos estimados leitores o fundamental dos ensinamentos do Concílio que “modernizou” a Igreja, chamar a atenção para a centralidade e beleza da Fé. Este ANO é um verdadeiro desafio para todos nós, cristãos. Que o Senhor nos ajude a correspondermos ao projecto de Bento XVI. ***** Diz a Sagrada Escritura : « A fé, sem o amor de Deus e ao próximo, de nada nos aproveita ». (1 Cor. 13, 2) *****

Família e vocações sacerdotais

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A família é, naturalmente, o berço onde despertam as vocações sacerdotais e também as consagradas. A vocação, seja ela qual for, é dom de Deus, é Ele que toma a iniciativa do chamamento. Mas o chamamento supõe sempre a resposta humana, livre. Assim, sendo, todos os cristãos estão implicados na oração pelas vocações: “ Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara ”. (Mt. 9, 34) Ninguém mais do que a família pode ajudar neste campo: propondo, encaminhando, animando… Jesus chamou e continua a chamar. Inúmeros padres e consagrados, ao longo dos tempos, colocaram a sua vida ao serviço do Evangelho e da Igreja. O Senhor continua a pedir a alguns que livremente se disponibilizem para com Ele colaborarem mais intensamente na obra da salvação. Ao povo cristão compete apoiar os chamados a corresponderem ao convite e todos somos responsáveis na descoberta e no amparo a prestar-lhes. ***** Diz a Sagrada Escritura : « Rogo a Deus que vos ilumine, para saberdes que espe