Mensagens

«Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura»

Imagem
A evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: « Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado » (Mt 28,19-20).  […] O Ressuscitado envia os seus a pregar o Evangelho em todos os tempos e lugares, para que a fé n'Ele se estenda a todos os cantos da terra. Na Palavra de Deus , aparece constantemente este dinamismo de « saída », que Deus quer provocar nos crentes.  Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra (cf Gn 12,1-3).  Moisés ouviu a chamada de Deus: « Vai, Eu te envio » (Ex 3,10), e fez sair o povo para a terra prometida (cf Ex 3,17).  A Jeremias disse: « Irás aonde Eu te enviar » (Jer 1,7).  […] Todos somos chamados a esta nova «saída» missionária.  Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: a sair da própria comodidade e a ter a coragem de

«Mãe de todos os viventes» (Gn 3,20)

Imagem
« Vi a cidade santa, a Nova Jerusalém, que descia do Céu, de junto de Deus, bela como uma esposa que se ataviou para o seu esposo » (Ap 21,2). Tal como Cristo desceu do Céu à Terra, também sua esposa, a Santa Igreja, tem origem no Céu: nasceu da graça de Deus, desceu com o próprio Filho de Deus e está-Lhe indissoluvelmente unida. A Igreja é formada por pedras vivas (1Ped 2,5) e a sua pedra angular (Ef 2,20) foi colocada quando o Verbo de Deus assumiu a natureza humana no seio da Virgem. Nesse instante, estabeleceu-se entre a alma do Filho divino e a alma de sua virginal Mãe o laço da mais íntima de todas as uniões, a que chamamos união nupcial. Oculta ao mundo, a Jerusalém celeste tinha descido à Terra. Desta primeira união nupcial haveriam de nascer todas as pedras que se juntariam à poderosa construção, todas as almas que a graça despertaria para a vida. Deste modo, a Mãe esposa seria a Mãe de todos os redimidos.  Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), car

«Mas tu vais guardar silêncio...»

Imagem
«Mas tu vais guardar silêncio [...] até ao dia em que tudo isto aconteça, por não teres acreditado nas minhas palavras». Em nós, a voz e a palavra não são a mesma coisa, porque a voz pode fazer-se ouvir sem conferir sentido, sem palavras, e a palavra pode ser transmitida ao espírito sem voz, como acontece quando pensamos.  Da mesma maneira, sendo o Salvador a Palavra [...], João difere dele por ser a voz, por analogia com Cristo, que é a Palavra. É isso que o próprio João responde àqueles que lhe perguntam quem é ele: «Eu sou a voz do que brada no deserto: " Aplanai o caminho do Senhor "» (Jo 1,23). Talvez seja por isso, por ter duvidado do nascimento dessa voz que viria a revelar a Palavra de Deus, que Zacarias perdeu a voz, recuperando-a quando nasceu esta voz que é o precursor da Palavra (cf Lc 1,64).  É que, para poder captar a palavra que a voz designa, o espírito tem de ouvir a voz. É também por isso que João é um pouco mais velho do que Cristo; com efeito, ouv

«Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara»

Imagem
O clima de silêncio que acompanha tudo o que se refere à figura de José estende-se também ao trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré. É um silêncio que desvenda de maneira especial o perfil interior desta figura. Os evangelhos falam exclusivamente daquilo que José fez; mas permitem-nos auscultar nas suas ações, envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quotidianamente em contacto com o mistério « escondido desde todos os séculos », que «estabeleceu a sua morada» sob o teto de sua casa (Col 1,26; Jo 1,14). [...] Uma vez que o amor paterno de José não podia deixar de influir sobre o amor filial de Jesus e, reciprocamente, o amor filial de Jesus não podia deixar de influir sobre o amor paterno de José, como chegar a conhecer as profundezas desta singularíssima relação? As almas mais sensíveis aos impulsos do amor divino veem com muita razão em José um exemplo luminoso de vida interior. Mais ainda, a aparente tensão entre a vida ativa e a vida contem