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Escutar para pôr em prática

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"O Pai celeste disse uma única palavra: o seu Filho. Disse-a eternamente e num eterno silêncio. É no silêncio da alma que Ele Se faz ouvir. Falai pouco e não vos metais em assuntos sobre os quais não fostes interrogados. Não vos queixeis de ninguém; não façais perguntas ou, se for absolutamente necessário, que seja com poucas palavras. Procurai não contradizer ninguém e não vos permitais nenhuma palavra que não seja pura. Quando falardes, que seja de modo a não ofender ninguém e não digais senão coisas que possais dizer sem receio diante de toda a gente. Tende sempre paz interior e uma atenção amorosa para com Deus; e, quando for necessário falar, que seja com a mesma calma e a mesma paz.       Guardai para vós o que Deus vos diz e lembrai-vos desta palavra da Escritura : «O meu segredo é meu» (Is 24,16). [...]       Para avançar na virtude, é importante calar e agir, porque, falando, as pessoas distraem-se, ao passo que, guardando silêncio e trab

«Tenho pena desta multidão»

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Diz-nos a Escritura : « Tens compaixão de todos, pois tudo podes e desvias os olhos dos pecados dos homens, a fim de os levar à conversão. Tu amas tudo quanto existe e não detestas nada do que fizeste. […] Tu poupas a todos, porque todos são teus, ó Senhor, que amas a vida! » (Sab 11,23s). Aquilo que O fez descer do Céu e receber o nome de Jesus […] foi o seu grande amor pelos homens, a sua compaixão pelos pecadores. Porque haveria de consentir esconder a sua glória num corpo mortal, se não desejasse ardentemente salvar os que se tinham afastado, os que tinham perdido por completo a esperança da salvação? Ele próprio declara: « O Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido » (Lc 19,10). Para não nos deixar perecer, Ele fez tudo o que pode fazer um Deus omnipotente, segundo os seus atributos divinos: deu-Se a Si mesmo. Ele ama-nos a todos de tal maneira, que quer dar a vida por cada um de nós, e de forma tão absoluta e tão plena por cada um, como se não houvess

«Felizes os olhos que veem o que estais a ver»

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“Eis, meus bem-amados, esse tempo celebrado com tanto fervor, e que é, como diz o Espírito Santo , um tempo de favor divino (Is 61,12; Lc 4,19), um período de salvação, de paz e de reconciliação; tempo desde há muito ardentemente desejado pelos profetas e os patriarcas, nos seus votos e nas suas mais profundas aspirações, e que foi visto pelo justo Simeão com uma alegria transbordante (Lc 2,26s). Como foi sempre celebrado com tanto fervor pela Igreja, devemos nós próprios contemplá-lo nos louvores e nas ações de graças dirigidos ao Pai eterno, pela misericórdia que manifestou neste mistério. Sendo este tempo em cada ano revivido pela Igreja , somos exortados a recordar constantemente a memória de tanto amor para connosco. O que nos faz aprender também que a vinda de Cristo não aproveitou apenas àqueles que viviam na época do Salvador, pois a sua força seria comunicada igualmente a todos nós; contanto que, por meio da fé e dos sacramentos, queiramos acolher a graça que Ele no

«Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa [...] no reino dos Céus»

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«Imagem de Deus invisível» (Col 1,15), Cristo é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão a semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Pois que a natureza humana foi n'Ele assumida, e não destruída, também em nós foi ela elevada a sublime dignidade. Porque, pela sua encarnação, o Filho de Deus uniu-Se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado (Heb 4,15). [...] O cristão, tornado conforme à imagem do Filho, que é o primogénito entre a multidão dos irmãos (Rom 8,29), recebe «as primícias do Espírito» (Rom 8,23), que o tornam capaz de cumprir a lei nova do amor. Por meio deste Espírito, «penhor da herança» (Ef 1,14), o homem todo é renovado interiormente, até à «redenção do corpo» (Rom 8,23). [...] É verdade que, para o cristão, é uma necessidade e