S. Francisco de Assis
Não escrevera tratados
De abstracta Filosofia.
Não se vestiu de brocados,
Como a nobreza vestia.
Aos palácios encantados
As choupanas preferia,
De braços sempre voltados
Para quem mais padecia.
As choupanas preferia,
De braços sempre voltados
Para quem mais padecia.
Por montes e descampados
Aos mendigos atendia
E repetia os trinados
Da modesta cotovia.
Aos mendigos atendia
E repetia os trinados
Da modesta cotovia.
Falando aos lobos danados,
Em mansos os convertia.
Beijava os lírios dos prados
E a alma aos astros erguia.
Em mansos os convertia.
Beijava os lírios dos prados
E a alma aos astros erguia.
Pelos caminhos andados
Nas próprias pedras não via
Senão os degraus doirados
Da escada a que Deus subia.
Nas próprias pedras não via
Senão os degraus doirados
Da escada a que Deus subia.
Tantos séculos passados,
Não passa ainda um só dia
Sem que aos olhos assombrados
S. Francisco nos sorria.
Não passa ainda um só dia
Sem que aos olhos assombrados
S. Francisco nos sorria.
Apesar dos seus pecados,
O mundo inteiro confia,
Entre tédios e cuidados,
No Trovador da Alegria.
Moreira das Neves
O mundo inteiro confia,
Entre tédios e cuidados,
No Trovador da Alegria.
Moreira das Neves