Educar para a Fé, uma missão partilhada
O
Município de Vila Real promoveu, no passado dia 18 de abril, no Grande
Auditório do Teatro “Manuel do Nascimento Martins” - Vila Real, a realização
das I Jornadas de Educação, sob o tema:
“Educar, uma missão a partilhar”.
Enquanto
participante nestas Jornadas, e no decorrer das mesmas, algo provocou em mim a
necessidade de compartilhar uma reflexão, ainda que sucinta, sobre a educação para
a Fé em Jesus Cristo, uma missão que é, ou deve ser, partilhada por todos os
fiéis de uma comunidade paroquial, cada qual com o seu carisma, com a sua
vocação, com a sua disponibilidade, com o seu ser em relação com o Outro e com
os outros!
Diz
um provérbio africano que, “Para educar
uma criança, é necessária toda uma aldeia”, isto é, mesmo sem esquecer que
“A família é o primeiro lugar de
educação humana e cristã”, educar não deve ser dever ou direito exclusivo dos
pais e/ou da família (mais ou menos alargada), antes é algo que deve ser
assumido por todos aqueles que fazem parte da mesma comunidade, e que contribuem
para a educação da criança, partilhando com ela o seu “saber”, o seu “saber
fazer” e o seu “saber ser”, pois só assim a mesma será ou poderá ficar completa.
Educar
para a Fé em Jesus Cristo é, em primeiro lugar, um dever dos pais e padrinhos
(dever que assumiram no dia do baptizado da criança, perante Deus e a
comunidade!), mas, também, um dever de todos os que na comunidade se relacionam
com a criança, sendo que o acto/processo de educar para a fé não pode nem deve
ser apenas por palavras mas, essencialmente, pelo testemunho verdadeiro na vida
quotidiana.
As
três grandes áreas pastorais da Igreja e de uma comunidade paroquial: evangelizar (catequese), celebrar (liturgia) e amar (acção sócio-caritativa), têm de
estar todas presentes na ação/processo de educar para a fé, pois, de outro
modo, se alguma delas falha, a fé não é plena, fica “manca”. Os vários grupos
paroquiais, enquanto tal, e os seus membros, sob a orientação indispensável do
pároco (como um maestro que dirige uma orquestra, mas que está impossibilitado
de tocar todos os instrumentos) têm de dar o seu contributo para que cada uma e
todas as crianças cresçam na “graça e no
conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3, 18).
Ou
seja, só através de uma complementaridade entre a Catequese [que tem como finalidade última “pôr as pessoas não apenas em contacto, mas em comunhão, em intimidade,
com Jesus Cristo” (DGC, 80)], a Liturgia
(na qual se torna presente o Mistério de Cristo, se invoca o Espírito Santo, e
se manifesta a fé adorando a Santíssima Trindade), e a acção sócio-caritativa [através da qual se cumpre o mandamento do
Senhor: “Amai-vos uns aos outros, como Eu
vos amei.” (Jo 13, 34)], é possível educar para uma fé consciente, madura e
responsável, que se inicia e se fortalece, não como um passe de magia, mas como
um processo gradativo de procura e de caminhada até chegar ao feliz encontro
com Aquele por quem o nosso coração anseia!
Votos
de continuação de umas Santas Festas Pascais!
José Pinto
Texto publicado no Jornal "A Voz de Trás-os-Montes" - 27.04.2017 | Imagem retirada da internet