«Felizes os olhos que veem o que estais a ver»
“Eis, meus bem-amados, esse
tempo celebrado com tanto fervor, e que é, como diz o Espírito Santo, um tempo
de favor divino (Is 61,12; Lc 4,19), um período de salvação, de paz e de
reconciliação; tempo desde há muito ardentemente desejado pelos profetas e os
patriarcas, nos seus votos e nas suas mais profundas aspirações, e que foi
visto pelo justo Simeão com uma alegria transbordante (Lc 2,26s). Como foi
sempre celebrado com tanto fervor pela Igreja, devemos nós próprios
contemplá-lo nos louvores e nas ações de graças dirigidos ao Pai eterno, pela
misericórdia que manifestou neste mistério.
Sendo este tempo em cada ano
revivido pela Igreja, somos exortados a recordar constantemente a memória de
tanto amor para connosco. O que nos faz aprender também que a vinda de Cristo
não aproveitou apenas àqueles que viviam na época do Salvador, pois a sua força
seria comunicada igualmente a todos nós; contanto que, por meio da fé e dos
sacramentos, queiramos acolher a graça que Ele nos concedeu e conduzir a nossa
vida segundo essa graça, obedecendo-Lhe.”
São Carlos Borromeu
(1538-1584), bispo | Carta pastoral
São Carlos Borromeu
São Carlos Borromeu,
procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava.
Carlos, o segundo filho de
Gilberto, nasceu em 2 de outubro de 1538. Menino ainda, revelou ótimo talento e
uma inteligência rara. Ao lado destas qualidades, manifestou forte inclinação
para a vida religiosa, pela piedade e o temor a Deus. Ainda criança, era seu
prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em presença dos irmãos e
companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na
Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos profanos, eram
sinais mais positivos da vocação sacerdotal.
O ano de 1562 veio a Carlos
com a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação, lançou Carlos planos
grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Estes todos se concentraram
na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja mais
necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida
religiosa. Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e
foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para esta necessidade, reclamada por
todos os amigos da Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o
primeiro a executar as ordens da nova lei, ainda que por esta obediência
tivesse de deixar sua posição para ocupar outra inferior. Continuar a ler na
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