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«Felizes os olhos que veem o que estais a ver»

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“Eis, meus bem-amados, esse tempo celebrado com tanto fervor, e que é, como diz o Espírito Santo , um tempo de favor divino (Is 61,12; Lc 4,19), um período de salvação, de paz e de reconciliação; tempo desde há muito ardentemente desejado pelos profetas e os patriarcas, nos seus votos e nas suas mais profundas aspirações, e que foi visto pelo justo Simeão com uma alegria transbordante (Lc 2,26s). Como foi sempre celebrado com tanto fervor pela Igreja, devemos nós próprios contemplá-lo nos louvores e nas ações de graças dirigidos ao Pai eterno, pela misericórdia que manifestou neste mistério. Sendo este tempo em cada ano revivido pela Igreja , somos exortados a recordar constantemente a memória de tanto amor para connosco. O que nos faz aprender também que a vinda de Cristo não aproveitou apenas àqueles que viviam na época do Salvador, pois a sua força seria comunicada igualmente a todos nós; contanto que, por meio da fé e dos sacramentos, queiramos acolher a graça que Ele no

«Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa [...] no reino dos Céus»

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«Imagem de Deus invisível» (Col 1,15), Cristo é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão a semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Pois que a natureza humana foi n'Ele assumida, e não destruída, também em nós foi ela elevada a sublime dignidade. Porque, pela sua encarnação, o Filho de Deus uniu-Se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado (Heb 4,15). [...] O cristão, tornado conforme à imagem do Filho, que é o primogénito entre a multidão dos irmãos (Rom 8,29), recebe «as primícias do Espírito» (Rom 8,23), que o tornam capaz de cumprir a lei nova do amor. Por meio deste Espírito, «penhor da herança» (Ef 1,14), o homem todo é renovado interiormente, até à «redenção do corpo» (Rom 8,23). [...] É verdade que, para o cristão, é uma necessidade e

«Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O»

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Tal como o olho são e puro recebe o raio luminoso que lhe é enviado, assim o olho da fé, com a pupila da simplicidade, reconhece a voz de Deus quando o homem a escuta.  A luz imanente da sua palavra ergue-se nele, e o homem lança-se alegremente à sua frente e recebe-a, como dizia Nosso Senhor no seu Evangelho: « As minhas ovelhas escutam a minha voz e seguem-Me » (Jo 10,27). Foi com esta pureza e esta simplicidade que os apóstolos seguiram a palavra de Cristo. O mundo não os pôde impedir, nem os hábitos humanos os puderam reter, nem nenhum dos bens que passam por ter algum valor no mundo os puderam estorvar.  Estas almas tinham sentido Deus e viviam na fé; para almas como estas, nada pode ser mais importante do que a palavra de Deus. Esta é fraca nas almas mortas; e é porque a alma está morta que, de forte, a Palavra se torna fraca e o ensino de Deus, de válido, perde força. Porque toda a atividade do homem se dirige para onde ele vive; aquele que vive para o mundo põe

«Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima» (Lc 21,28)

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«Reduzistes a cidade a um montão de pedras; a cidadela dos orgulhosos está aniquilada, jamais será reedificada. Por isso um povo forte vos glorifica» (Is 25,2-3). Pertence ao desígnio constante de Deus omnipotente e aos seus conselhos irrepreensíveis reduzir as «cidadelas» a «montões de pedra», abalá-las desde os fundamentos, sem esperança de voltarem a erguer-se: «jamais será reedificada», diz o texto. Estas cidades destruídas não são, a nosso ver, aquelas que são percetíveis pelos sentidos, nem são os homens que nelas vivem. Parece-nos que se trata antes das potências más e hostis, e sobretudo de Satanás, aqui chamado cidade e «cidadela». [...] Quando o  Emanuel  apareceu e brilhou neste mundo, o exército ímpio das potências adversas foi derrubado, Satanás foi abalado nos seus fundamentos e caiu, enfraquecido para sempre, sem esperança de voltar a erguer-se, de levantar de novo a cabeça. Por isso, o povo pobre e a cidade dos homens oprimidos bendirá o Senhor. Israel foi ch