14 novos Cardeais foram nomeados há 101 anos
Há
quase 101 anos (25.05.1914) que, conjuntamente com mais 13 Cardeais, D. António Mendes Belo foi nomeado,
pelo Papa Pio X, como Cardeal de Lisboa.
É
uma simples curiosidade, porque, há pouco tempo, também D. Manuel Clemente, Patriarca de
Lisboa, foi elevado à dignidade de Cardeal.
Breve
biografia de D. António Mendes Belo
Patriarca
de Lisboa, nasceu na freguesia de S. Pedro Gouveia, a 18-06-1842.
Em
1856 entrou no seminário de Coimbra, onde fez os preparatórios, e em 1862
concluiu o curso eclesiástico. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra,
que frequentou de 1866 a 1870. Nomeado vigário geral do Patriarcado e arcebispo
de Mitilene em 27-XI-1883, foi preconizado em consistório de 24-III – 1884 e
sagrado a 27-IV. Pouco meses depois foi eleito bispo do Algarve.
Vaga
a sé de Lisboa, pela renúncia do cardeal D. José Sebastião Neto, foi D. António
Mendes Belo apresentado patriarca por dec. de 7-XI-1907; confirmando pela Santa
Sé em 20-X12-1907. Nomeado cardeal por Pio X em 25-5-1914, recebeu a 13-06 o solidéu
que o papa lhe enviou pelo delegado apostólico, duque de la Vera e marquês de
Ávila-Fuente, grande de Espanha e guarda-nobre pontifico.
Durante
a Primeira Guerra Mundial tomou a iniciativa da assistência religiosa aos
soldados portugueses em campanha. Sob os seus auspícios, formou-se a Comissão
Nacional de Assistência, com delegações em todas as dioceses. Nomeou chefe dos
capelães portugueses França D. José do Patrocínio Dias, depois bispo de Beja e
então cónego da sé da Guarda.
Tornaram-se
notáveis muitas das suas cartas pastorais, sobretudo as publicadas durante a
guerra e em defesa dos direitos da Igreja, quer pela firmeza e elevação
doutrinal, quer pelo tom patriótico e recorte literário. Assinalam-se também
alguns dos seus discursos, especialmente o que proferiu em 1921, pedindo
amnistia para os políticos que se encontravam presos em virtude da revolução
monárquica de Janeiro de 1919. Pertenceu à Academia das Ciências de Lisboa. Jaz
sepultado no Panteão dos Patriarcas, em S. Vicente de Fora.