«Fazei-as render» - Parábola dos talentos
O suor e a fadiga, que o
trabalho comporta necessariamente na presente condição da humanidade,
proporcionam aos cristãos e a todo o homem, dado que todos são chamados a
seguir a Cristo, a possibilidade de participar no amor à obra que o mesmo
Cristo veio realizar. Esta obra de salvação foi realizada por meio do
sofrimento e da morte de cruz. Suportando o que há de penoso no trabalho em
união com Cristo crucificado por nós, o homem colabora, de algum modo, com o
Filho de Deus na redenção da humanidade. Mostrar-se-á como verdadeiro discípulo
de Jesus, levando também ele a cruz de cada dia nas atividades que é chamado a
realizar.
Cristo, «suportando a morte
por todos nós, pecadores, ensina-nos com o seu exemplo ser necessário que
também nós levemos a cruz que a carne e o mundo fazem pesar sobre os ombros daqueles
que buscam a paz e a justiça»; ao mesmo tempo, porém, «constituído Senhor pela
sua ressurreição, Ele, Cristo, a quem foi dado todo o poder no Céu e na Terra,
opera já pela virtude do Espírito Santo, nos corações dos homens, [...]
purificando e robustecendo aquelas generosas aspirações que levam a família dos
homens a tentar tornar a sua vida mais humana e a submeter para esse fim toda a
Terra» (Vaticano II, Gaudium et Spes,
38).
No trabalho humano, o
cristão encontra uma pequena parcela da cruz de Cristo e aceita-a com o mesmo
espírito de redenção com que Cristo aceitou por nós a sua cruz. E, graças à luz
que, emanando da ressurreição do mesmo Cristo, penetra dentro de nós,
descobrimos sempre no trabalho um vislumbre da vida nova, do novo bem, um como
que anúncio dos «céus novos e da nova terra» (Ap 21,1), os quais são
participados pelo homem e pelo mundo precisamente mediante o que há de penoso
no trabalho.
São João Paulo II
(1920-2005), papa | Encíclica Laborem exercens, 27 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana) |
Texto | Imagem
Texto | Imagem
São João Paulo II
"São João Paulo II levou a
uma vida inteiramente dedicada a Deus, principalmente os seus mais de 25 anos
de pontificado
São João Paulo II nasceu no
dia 18 de Maio de 1920, em Wadowice, na Polónia. Foi batizado com o nome de
Karol Wojtyła.
Em Outubro de 1942, entrou
no seminário de Cracóvia clandestinamente, por causa da invasão comunista em
seu país, e a 1º de Novembro de 1946, foi ordenado sacerdote. Em 4 de Julho de
1958, o Papa Pio XII nomeou-o Bispo auxiliar de Cracóvia. Tendo em vista sua
espiritualidade marcadamente mariana, Karol escolheu como lema episcopal a
conhecida expressão Totus tuus, de São Luís Maria Grignion de Montfort, grande
apóstolo da Virgem Maria. A ordenação episcopal de Wojtyla foi em 28 de Setembro
do mesmo ano. No dia 13 de Janeiro de 1964, foi eleito Arcebispo de Cracóvia.
Em 26 de Junho de 1967, foi criado Cardeal por Paulo VI. Na tarde de 16 de
Outubro de 1978, depois de oito escrutínios, foi eleito Papa.
A espiritualidade mariana do
grande São João Paulo II o levou a uma vida inteiramente dedicada a Deus,
principalmente os seus mais de 25 anos de pontificado, um dos mais longos da
história da Igreja. Olhando para a vida de João Paulo II, este santo dos nossos
dias, podemos aprender a espiritualidade que o fez de um dos Papas mais
extraordinários de todos os tempos e que o elevou rapidamente à glória dos
altares.
Ainda seminarista, um livro
clássico de espiritualidade mariana o ajudou a tirar as dúvidas que tinha em
relação a devoção a Nossa Senhora e a centralidade de Jesus Cristo na vida e na
espiritualidade católica." Continuar a ler