Mas não há inferno?...


O Inferno: escola portuguesa da primeira metade do séc. XVI, de mestre desconhecido.
(Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa)

«Claro que há Inferno. Se não houvesse Inferno, Deus não era Deus e o homem não era homem. Porque Deus criou o homem livre, este tem de ter opção de escolha. Porque o homem é livre, tem de poder optar pelo Céu ou pelo Inferno. Se não houvesse Inferno, o homem tinha de ir para o Céu “à força”, quer quisesse quer não. Porque somos livres podemos escolher, podemos optar. (…)

O Inferno não é, de certeza absoluta, como nós imaginamos. È uma realidade que a nossa inteligência não pode captar, porque é algo espiritual, ilimitado, eterno, com um sofrimento, uma ausência de Deus, que nós não podemos imaginar nem o devemos fazer. Exactamente como o Céu, que por ser um estado de alegria, de bem-aventurança, de perfeição, de gozo de Deus, nos escapa à imaginação. (…)

O Inferno é um estado de separação de Deus, terrível, sofredor, de angústia. Não é um lugar nem tem fogo. Mas esse estado, porque não é algo de humano, escapa-nos ao entendimento. Não deixa por isso de ser verdade que existe e que é algo de terrível como separação de Deus, do bem, do amor, como ausência de esperança, como mansão do ódio.

Mas irá muita gente para o Inferno? Para quem ama, duas ou três pessoas já é muito. Mas comparado com biliões de homens, parece não ser nada. Deus, porque Amor, agirá de tal modo, com todas as graças, com todas as inspirações, com a intercessão de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos, para a todos salvar, para evitar que alguém se condene. De um Deus que é Amor, não podemos pensar nem supor outra coisa. Quem entregou o Filho à morte para nos salvar, Quem ama cada homem e cada mulher com amor infinito, não fará tudo para nos ajudar a não ir para o Inferno? (…)»

Dário Pedroso, SJ in “Diário do Minho”, retirado do Almanaque Popular 2004

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