Votar é um direito, mas também um dever!
Dada
a proximidade do dia das Eleições Legislativas 2015, e porque consideramos extremamente importante que todos os cristãos estejam motivados para exercerem
o seu direito, que é também um dever, inalienável de votar, escolhendo quem,
durante a próxima legislatura nos vai representar na Assembleia da República, transcrevemos,
com a devida vénia, um artigo publicado na Família Cristã, dia 23.09.2015, com
o título “Patriarca pede «consciência» cristã no voto”:
«Com
a campanha eleitoral na estrada e o dia das eleições cada vez mais próximo, o
Cardeal-Patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa
(CEP), D. Manuel Clemente, afirma que «nem sempre as pessoas se sentem
motivadas» para votar. «Todos temos de ser mobilizados e comprometidos nas
causas comuns. Isto é de todos, para todos, e é assim mesmo que funciona uma
democracia», referiu o prelado à Família Cristã.
No
que diz respeito ao sentido de voto dos cristãos, D. Manuel Clemente refere os
«critérios e balizas definidas pelo próprio Papa Francisco» que devem servir
para «qualquer cristão» «avaliar os programas dos partidos e «tomar a sua
decisão». «Que deem prioridade à vida, que vão desde as possibilidades e apoio
à vida em gestação no ventre materno e ao acompanhamento da vida nas suas
diversas fases, à necessidade de fazer do trabalho uma causa comum, porque o
trabalho não é algo que se possa ter ou não ter, toda a gente, porque está em
causa a própria realização da pessoa na sociedade, as questões ecológicas que
façam ultrapassar uma mentalidade consumista para uma fruição mais sóbria
daquilo que o mundo nos proporciona para chegar a todos. São os critérios de
sempre, que agora ganham maior relevo», sustenta.
Questionado
sobre se a Igreja deveria fazer uma avaliação crítica desses mesmos programas,
que nem sempre são de fácil entendimento para os eleitores, D. Manuel Clemente
explica que, «como hierarquia, não nos devemos impor ao voto dos cristãos», mas
que não é difícil aos cristãos saberem qual a posição da Igreja. «Quem
realmente se interessar e for ler os pronunciamentos papais e da CEP, ou mesmo
de cada bispo na sua diocese, e comparar com as propostas que os candidatos
dizem e apresentam, pode e deve tirar a sua conclusão. Depois daí, no momento
do voto, vale a sua consciência», referiu o prelado.
Questionado
sobre se os cristãos que têm cargos políticos aparecem muito ou pouco na esfera
pública assumindo-se como cristãos, D. Manuel explicou que prefere mais
exemplos que palavras. «Não precisamos que os católicos estejam sempre a dizer
que são católicos. O que digo foi o que respondi a um que, no outro dia, me
perguntava se se podia afirmar como católico. Disse-lhe "o senhor é
batizado, não é? Então mostra que é católico na medida em que pauta a sua
atuação pelos princípios do Evangelho". Não lhes peço mais do que isso»,
diz. Até porque diz, citando o Evangelho, o critério são as obras que a Fé
produz. «As suas prioridades foram aquelas que o Evangelho aponta, resolver o
melhor possível as necessidades mais concretas que dizem respeito à vida, ao
trabalho, dos seus e de ele próprio. Tem isso em conta? Aí é que a gente vê.
Até porque funciona aqui a tal frase do Evangelho "mostra-me a tua fé sem
obras, que eu pelas obras te mostrarei a minha fé". Este é que é o
critério», defende.
Quanto
a projetar o futuro do governo que se seguirá, o presidente da CEP aponta
aquelas que deveriam ser as prioridades em cima da mesa. «As grandes causas: a
dignidade da pessoa humana, ou seja, ver quais são os meios de melhorar e
dignificar todos e cada um no concreto da sua vida, com todas as condições que
isso requer; o bem comum, acrescentar o mais possível às condições para que
cada membro da nossa sociedade disponha do que deve dispor para se realizar
dignamente; e depois aquela conjugação dos princípios da subsidiariedade e
solidariedade, em que o governo vai em apoio e estímulo daquilo que as famílias
e os diversos corpos sociais podem fazer por si, sem se sobrepor, respeitando a
individualidade e a criatividade de cada, e a solidariedade que é não perder de
vista o bem do conjunto. São os 4 princípios da doutrina social da Igreja,
depois é exercitá-los de forma concreta», pediu o Cardeal-Patriarca.»
Dia
4 de Outubro é dia de exercermos o nosso direito a escolher livremente, mas,
também, em consciência!