«Travou-se uma batalha no céu: Miguel e os seus anjos declararam guerra ao Dragão» (Ap 12,7)
“Naquele
tempo, Jesus viu Natanael, que vinha
ao seu encontro, e disse: «Eis um
verdadeiro israelita, em quem não há fingimento».
Perguntou-lhe
Natanael: «De onde me conheces?»
Jesus respondeu-lhe: «Antes que Filipe te
chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira».
Disse-lhe
Natanael: «Mestre, Tu és o Filho de Deus,
Tu és o Rei de Israel!».
Jesus respondeu: «Porque te disse: "Eu vi-te debaixo da figueira", acreditas.
Verás coisas maiores do que estas».
E
acrescentou: «Em verdade, em verdade vos
digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho
do homem».” (Jo 1,47-51)
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«Travou-se uma batalha no céu: Miguel e os
seus anjos declararam guerra ao Dragão» (Ap 12,7)
Na
perfeição da sua natureza espiritual e em virtude da sua inteligência, os anjos
são chamados desde o princípio a conhecer a Verdade e a amar o Bem,
que conhecem muito mais plena e perfeitamente do que é possível ao homem.
Este amor
é o ato duma vontade livre [...], que é sinónimo duma possibilidade de escolha
a favor ou contra esse mesmo Bem, ou
seja, o próprio Deus.
Nunca é
demais repetir o que já dissemos a seu tempo a propósito do homem: ao criar
livres os homens, Deus quis que, no
mundo, se realizasse este amor verdadeiro que só é possível tendo como base a
liberdade; por isso, quis que a criatura, formada à imagem e semelhança do seu
Criador (Gn 1,26), pudesse assemelhar-se-Lhe da forma mais plena possível, a
Ele que «é amor» (1Jo 4,16).
Ora, ao
criar esses espíritos puros como seres livres, Deus, na sua Providência, não podia também deixar de prever a
possibilidade do pecado dos anjos. No entanto, precisamente porque a
Providência divina é Sabedoria eterna
capaz de amar, Deus saberia tirar da história deste pecado [...] o bem
definitivo de todo o universo recém-criado.
Com
efeito, como afirma claramente a Revelação, o mundo dos espíritos puros está
dividido em bons e maus. [...] Como havemos de compreender tal distinção?
Os Padres da Igreja e os seus teólogos não
hesitam em falar de uma cegueira produzida por uma sobrevalorização da
perfeição do seu próprio ser, levada ao ponto de ofuscar a supremacia de Deus
que, ao contrário, supunha uma atitude de submissão e de obediência.
Tudo isso
se encontra expresso de maneira concisa nas palavras «Não servirei!» (Jr 2,20), manifestação radical e irreversível da
recusa em tomar parte na edificação do Reino
de Deus no mundo criado.
Satanás, o espírito rebelde, quer
o seu próprio reino, não o de Deus, assim se erguendo em adversário primeiro do
Criador, opondo-se à Sua Providência como antagonista da sabedoria cheia de amor de Deus.
Desta
revolta e deste pecado de Satanás, tal como do do homem, devemos tirar a
seguinte conclusão, expressa nas sábias palavras da experiência da Escritura, que afirma: «O orgulho é causa de ruína» (Tb 4,13).
São João Paulo II
(1920-2005), papa | Audiência Geral de 23/7/1986, 1-2;5 | Imagem
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No dia 29
de Setembro, a Igreja Católica celebra a Festa dos santos Arcanjos, Miguel, Gabriel e Rafael.