O filho preferido e outras reflexões sobre os filhos!
O filho preferido
Um dia
perguntaram a uma mãe qual era o seu filho preferido, aquele que ela mais
amava.
Ela, deixando
entrever um sorriso, respondeu:
"Nada é mais volúvel que um coração de mãe.
E, como mãe, respondo-lhe.
O filho preferido,
aquele a quem me dedico de corpo e alma, é o
meu filho doente até ele sarar.
O meu filho que partiu, até ele voltar.
O que está cansado até ele descansar.
O que está com fome, até ele se alimentar.
O que está com sede, até ele beber.
O que está estudando, até aprender.
O que está nu, até se vestir.
O que não trabalha, até se empregar.
O que namora, até se casar.
O que é pai, até ter filhos.
O que prometeu, até cumprir.
O que deve, até pagar.
O que chora, até se calar."
E, já com um semblante
nublado pela tristeza, bem distante daquele sorriso inicial, concluiu: "O que já me deixou até o reencontrar".
(Autor
desconhecido)
Os vossos filhos não são vossos filhos
Os vossos
filhos não são vossos filhos,
são filhos e
filhas do apelo à própria vida.
Vêm por meio de
vós, mas não são propriedade vossa.
Embora estejam
convosco,
não vos
pertencem.
Vós podeis
dar-lhes o vosso amor,
mas não os
vossos pensamentos.
porque eles têm
os seus próprios pensamentos.
Vós podeis
acolher os seus corpos,
mas não as suas
almas,
pois as suas
almas habitam a casa do amanhã,
que vós não
podeis visitar
nem mesmo nos
vossos sonhos.
Vós podeis
fazer esforço para serdes como eles,
mas não tenteis
torná-los iguais a vós,
porque a vida
não anda para trás
nem se retarda
como o ontem.
Vos sois arcos
através dos quais
os vossos
filhos são projectados como flechas vivas.
Que a sua mira
pela mão do Arqueiro
seja para a
alegria.
Kahlil Gibran
Fonte: “Almanaque
Boa Nova” 2008 | Imagem