Santo Estêvão, rei da Hungria (979 - 1038)


Santo Estêvão era filho do duque dos magiares, (tribo belicosa que se estabeleceu nas províncias da Panónia e da Morávia) nasceu no ano de 979.

Chamava-se Voik e recebeu o nome de Estevão aquando da sua conversão aos 17 anos.

Aos 18 anos foi proclamado duque dos Húngaros.

Desde o princípio da sua governação tomou como ponto fundamental a conversão total do seu povo ao Cristianismo.

Foi sempre um modelo para os cristãos e governantes.

Durante o dia preocupava-se com os negócios e as noites eram para Deus.

Entregava-se à oração tanto na paz como na guerra.

«A prática da oração, dizia ao filho, é a garantia da saúde do reino. Assim, não te esqueças nunca de repetir aquelas palavras de Salomão: "Envia, Senhor, a sabedoria desde o trono da tua grandeza, para que viva comigo e trabalhe comigo e eu saiba em todo o tempo o que é agradável diante de Ti"».

Verdadeiro pai do seu povo, não havia necessidade que não remediasse.

A sua caridade fez que olhasse pelos que viviam dentro do reino e também pelos que estavam fora dele.

Fundou hospedarias em Roma, Constantinopla e Jerusalém. para os Húngaros peregrinos.

A grande obra de Santo Estêvão como rei foi a conversão do seu povo.

É considerado o primeiro apóstolo dos Húngaros.

Deu ao reino uma legislação genuinamente cristã ao conceber o reino como templo sustentado por dez colunas, que são:

- a solidez da fé,

- o esplendor da Igreja,

- a pureza e sabedoria dos eclesiásticos,

- a fidelidade e fortaleza dos barões e cavaleiros,

- a generosidade com os estrangeiros,

- a reta administração da justiça,

- a sábia organização do conselho,

- o respeito às tradições dos maiores,

- o auxílio da oração e, por fim,

- a piedade e misericórdia;

Conservam-se ainda as leis que deu à Hungria.

Considerava-se um humilde súbdito da Igreja Romana e só passou a usar coroa de rei quando o papa Silvestre II o autorizou, mandando-lhe uma coroa de ouro.

Educou o filho para ser rei fazendo-lhe algumas recomendações:

«O rei que não atende à voz da misericórdia, é tirano.

Por isso, meu filho muito amado recomendo-te que tenhas entranhas de mãe, não só com os teus parentes, não só para com os chefes do exército e os potentados, mas para com todo o povo.

As obras de piedade serão a base da tua felicidade.

Sê paciente não só com os ricos, mas também com os necessitados.

Sê forte, de maneira que nem a fortuna te levan­te nem te desanime a adversidade.

Sê humilde, que Deus se encarregará de exaltar-te.

Sê doce, sem esquecer a justiça e sem castigar irrefletidamente.

Sê casto e evita os estímu­los da concupiscência como latidos de morte.

Estas são as pedras preciosas duma coroa real.

Sem elas perderás o reino da terra e também não conseguirás aquele que não acaba».

Santo Estevão é um exemplo de como a capacidade de influenciar para o bem é um dom de Deus.

O filho, Santo Emerico, anjo de celestial pureza que Deus glorificou depois com milagres e prodígios, morreu sete anos antes de Santo Estevão.

A coroa real de Estêvão, oferecida pelo Papa Silvestre II, até hoje é venerada como relíquia e como símbolo da nacionalidade húngara. (1)

Morreu em Alba Regia – hoje, Szekesfehérvar –, no dia da Assunção, no ano 1038, e foi canonizado pelo Papa São Gregório VII em 1083.

*****

Escuta, meu filho, os ensinamentos de teu pai

“Em primeiro lugar, eu te ordeno, aconselho e recomendo, filho caríssimo, que, se desejas honrar a coroa real, conserves a fé católica e apostólica com tal diligência e fidelidade que sirvas de exemplo a todos os súbditos que Deus te confiou, e todos os homens da Igreja te considerem, com razão, um verdadeiro homem de fé cristã, sem a qual, bem o sabes, não te podes chamar cristão ou filho da Igreja.

No palácio real, a seguir à fé, a Igreja ocupa o segundo lugar, ela que foi fundada por Cristo, nossa Cabeça, e depois foi transplantada e firmemente edificada pelos seus membros, os Apóstolos e os Santos Padres, e difundida por todo o mundo.

E embora ela continue sempre a formar novos filhos, em certos lugares já se considera antiga.

Na nossa monarquia, filho caríssimo, ela é ainda jovem e recente, e por isso necessita de maior vigilância e proteção, a fim de que este dom, que a divina clemência nos concedeu sem o merecermos, não seja destruído e aniquilado por teu desleixo, preguiça e negligência.

Querido filho, doçura do meu coração, esperança da minha futura descendência, eu te peço e mando que, por todos os meios e em todas as circunstâncias, sejas benevolente não só para com os familiares e parentes, os príncipes, os nobres e os ricos, os vizinhos e os habitantes do país, mas também para com os estrangeiros e todos quantos recorrem a ti.

Porque o fruto da piedade será a tua suprema felicidade.

Sê misericordioso para com todos os que sofrem violência, recordando sempre no íntimo do teu coração o exemplo do Senhor: Eu quero a misericórdia, mais que o sacrifício.

Sê paciente para com todos os homens, não só os poderosos, mas também os que o não são.

Finalmente, sê forte, para que nem a prosperidade te ensoberbeça nem a adversidade te desanime.

Sê também humilde, para que Deus te exalte, agora e no futuro.

Sê moderado e não castigues nem condenes ninguém excessivamente.

Sê manso e nunca te oponhas ao sentido da justiça.

Sê honrado, para que ninguém venha a sofrer qualquer desonra por tua causa.

Sê nobre de sentimentos, evitando como veneno mortal toda a pestilência da sensualidade.

Tudo isto é o ornamento da coroa real; sem isto ninguém pode reinar neste mundo nem alcançar o reino eterno.”

Dos Conselhos de Santo Estêvão a seu filho (Cap. 1, 2.10: PL 151, 1236-1237.1242-1244) (Sec. XI) (2)

(1) "Santos de cada dia" - Editorial A.O. - Braga  

(2) Fonte 

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