Quaresma, tempo de conversão
A nossa caminhada quaresmal não pode contentar-se com
formalidades nem como o pouco mais ou menos… há-de atingir-nos no mais profundo
de nós mesmos, levar-nos à conversão.
Converter-nos é “morrer com Cristo para com Ele
ressuscitarmos”.
A conversão autêntica, por isso, faz doer, implica
cortar, deixar, mudar, reformar… o que sempre doer.
Se o não faz… é porque ainda “não pusemos o dedo na
chaga” e ainda continuamos nas formalidades e nos atos exteriores que nada
têm a ver com o nosso íntimo.
É mais fácil darmos uma esmola, deixarmos de tomar um
cálice… do que evitarmos seriamente uma ocasião de pecado, fazer guerra ao
egoísmo…
Não, nesse caso, a Quaresma ainda não atingiu a
raiz da nossa personalidade, nem nos conferirá o direito de tocar as campainhas
da Páscoa.
Celebrar a Quaresma é vermo-nos ao espelho de Cristo
e encararmo-nos à luz das suas exigências.
Não nos deixará ficar na superficialidade.
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Diz a Sagrada Escritura: «O jejum que me agrada é este: libertar
os que foram presos injustamente… repartir o pão com os esfomeados… dar abrigo…
vestir os nus e não desprezar o teu irmão…» (Is. 58, 6-7)
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O linho, para ser linho,
Sofre tantas provas duras!
Mas, depois dessas torturas,
Vai aos altares, branquinho.
Irmão que me lês, tem calma,
Se és desprezado ou doente,
Porque a dor é o detergente
Que branqueia a tua alma.
In Jornal “Avé Maria”