Maria, Estrela do Mar
“O
nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José,
antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José,
seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em
segredo.
Tinha ele
assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber
Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um Filho, e tu pôr-Lhe-ás o
nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o
Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz:
«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho,
que será chamado Emanuel, que quer dizer Deus connosco».” (Mt
1, 18-13)
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Maria, Estrela do Mar
“Ela foi,
por desígnio da Providência, chamada Maria,
ou seja, Estrela do Mar, a fim de
declarar pelo seu nome o que a realidade mostra claramente. [...]
Revestida
de beleza, está também revestida de força, cingida para apaziguar com um
simples gesto os formidáveis movimentos revoltosos do mar.
A quantos
navegam no mar deste mundo e a invocam com total confiança, arranca-os ao sopro
da tempestade e à ira dos furacões, conduzindo-os, triunfantes com ela, à
margem da pátria bem-aventurada.
Não é
possível dizer, meus caros, quantas vezes uns teriam embatido em duros
rochedos, correndo o risco de sucumbir, e outros se teriam perdido nos piores
escolhos para não mais voltar [...] se a Estrela
do Mar, Maria sempre virgem, não
se tivesse oposto a isso com o seu poderoso socorro, e não recuperasse os seus,
de leme já partido e barca destruída, privados de qualquer socorro humano, para
os conduzir, sob a celestial orientação, ao porto da paz interior.
Ela
alegra-se no Senhor com o júbilo de alcançar novos triunfos, a libertação dos
condenados e o aumento dos povos. [...]
Ela
resplandece e distingue-se pela sua dupla caridade: por um lado, está
ardentemente fixada em Deus, a quem
adere, formando um único espírito com Ele; por outro lado, atrai e consola
docemente os corações dos eleitos e partilha com eles os dons excelentes
provenientes da liberalidade de seu Filho.”
Santo Amadeu de Lausana
(1108-1159), monge cisterciense, bispo | Homilia mariana VII, SC 72 | Imagem
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Amadeus de Clermont nasceu
por volta de 1108/1110, num castelo de nobre família, filho do casal Amadeus
Clermont I e Péronile Bourgogne.
Em 1119, Amadeus Clermont fez parte do grupo formado por seu pai, já viúvo, e dezesseis outros cavaleiros que foram para o mosteiro de Bonnevaux, perto de Poitiers, com a intenção de se tornarem monges.
O abade aceitou-os, com exceção de Amadeus, que foi considerado jovem demais.
Em 1121, depois de sua profissão de fé, seu pai deixou Bonnevaux e levou seu filho para o Mosteiro de Cluny, onde foram recebidos de braços abertos.
Pouco depois, Amadeus foi enviado para a Alemanha
com o imperador Henrique V, que o confiou a mestres habilidosos.
No
entanto, após a morte do imperador, em 1125, Amadeus foi para o Mosteiro de Claraval, cujo abade era São Bernardo.