Amar é a sublime missão do ser humano!
As aves têm asas para voar.
Os condores dos
Andes, as águias dos nossos píncaros, os abutres amigos do vento, as andorinhas
turistas, madrugadoras alegres dos nossos campos.
Os ferreiros
dos telhados das igrejas, os melros, os pardais, os colibris que parecem flores…
A todas as aves deu asas um Deus bondoso. Disse-lhes: «Voai!». E as aves,
dóceis, voam.
Os peixes nadam
Olhai os golfinhos,
como saltam, como brincam nas ondas do mar. Os tubarões de dentes afiados. As
ágeis trutas dos nossos rios. Os barbos.
Os salmões,
lutando rio acima. As carpas multicolores... Um Deus bondoso deu a todos eles barbatanas
e cauda. E disse-lhes: «Nadai!». E os peixes, dóceis, nadam.
As flores são um espectáculo de cor e de
fragrância.
As violetas nas
margens dos canteiros. Os nardos ardentes. Os cravos inebriantes. As orquídeas,
as rosas, os jacintos, as camélias dos jardins.
Um Deus bondoso
vestiu-as e perfumou-as. E disse-lhes: «Encantai». E as flores, dóceis, encantam.
Os astros brilham.
O Irmão Sol,
robusto, ardente, criador de vida. A lua, diamante da noite. As estrelas,
safiras no veludo infinito do espaço. Aí estão elas, fiéis ao Criador.
Obedientes a
esse Deus de bondade que lhes disse: «Brilhai!».
E o sol, a lua e as estrelas, dóceis ao seu criador, brilham.
Resta o homem.
Um Deus de
bondade reservou para o homem a missão mais sublime. Uma missão quase divina: AMAR.
Fê-lo à sua
imagem e semelhança. Deu-lhe um coração. E disse-lhe: «Ama!».
As aves voam.
Os peixes nadam. As flores encantam. Os astros brilham.
A criação
inteira é dócil a Deus. Só o homem não obedece. Só o homem se furta a essa
harmonia.
Só o homem desafina.
Porque rebelde, desobediente e cego, o
homem NÃO AMA!
Fonte: “Bornal
de Peregrino”, Valentin Galindo | Imagem