Vivência cristã do tempo do calendário



O tempo divide-se em anos

Podia ser de outro modo? É a natureza que assim indica, por uma volta inteira da Terra à roda do Sol.

E tantas influências tem no clima, nas culturas, na vida humana: tudo recomeça e tudo se repete de maneira aproximada, em cada no!

A vida de relações com Deus, enquanto estamos no mundo, vive-se muito articulada com a divisão do tempo.  
Há, assim, uma forma de viver cristãmente o ano, é a celebração litúrgica do ano.

Sugestão: História dos calendários – os primeiros calendários


A Páscoa


O centro e coração da celebração anual é a PÁSCOA, na Primavera.

Por ela, cada cristão, revive a Páscoa de Cristo, para se apropriar da redenção que ela nos mereceu.

Coincide com a Primavera, que é a ressurreição da natureza.


Gregório Lopes, Ressurreição de Cristo, 1539-1541

Museu Nacional de Arte Antiga

 O Natal


Como preparação da Páscoa, o cristão celebra o NATAL que é a entrada de Deus no mundo dos homens, a iniciar a salvação dos homens.

É o princípio do ano cristão, um pouco antes do que se costuma considerar o princípio do ano civil.

Coincide com o Inverno, em que tudo se prepara no silêncio.


Joaquim António de Macedo, Barros Laborão (Joaquim José de Barros),
António Pinto (pintura),

Presépio dos Marqueses de Belas, c.1806, barro, madeira e cortiça

 O Pentecostes


O Pentecostes é o ponto culminante da Páscoa, em que o Espírito Santo começa a comunicar aos homens o fruto da Páscoa.

Corresponde ao princípio do Verão em que começam a aparecer os frutos da terra, o resultado do trabalho na escolas…



Pentecostes (Retábulo da Igreja da Madre de Deus)

Mestre de 1515 [Jorge Afonso ?] / Portuguesa
Pintura a óleo sobre madeira de carvalho


O Tempo Comum


O Tempo Comum, que resta até nova preparação do Natal, é o nosso tempo, para amadurecermos em nós os frutos da salvação, exercer e inserir mais profundamente a acção de Cristo em todas as zonas da nossa vida; é toda a nossa existência a tomar a direcção, o sentido de Cristo. 

É o Outono da maturação e das colheitas.

É neste tempo que melhor se enquadra a memória dos Santos, pioneiros e modelos para nós de bom aproveitamento na escola-oficina dos mistérios de Cristo.

[ Não nos podemos esquecer, também, do Advento e da Quaresma… ]

*****

É deste modo que o tempo de um ano tem para nós significação religiosa.

O cristão não foge do tempo; não espera que o tempo passa; não mata o tempo. Mas vive no tempo os valores eternos: enxerta no tempo a eternidade.

Texto: Almanaque Popular (2005) | Imagem de destaque


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